Seja canalizador ou picheleiro, este é mais um profissional em obra!
Este é mais um artigo no blog da umseisum, o quarto dedicado aos profissionais em obra. Depois do Topógrafo, do Pedreiro e do Trolha: o Canalizador.
Designado por picheleiro na região Norte do País, desconhece-se o motivo pelo qual na linguagem popular se passou a utilizar esta expressão para identificar o canalizador!
Sabe-se, no entanto, que assim eram conhecidos os que faziam pichéis, vasilhas em estanho utilizadas para retirar vinho das pipas ou tonéis.
Mas regressemos ao assunto deste artigo: a presença do canalizador em obra.
Este profissional (canalizador ou picheleiro), executa as diversas redes de fluídos necessárias numa construção, existindo, no entanto, algumas especificidades entre elas, como veremos mais adiante.
A primeira presença em obra do canalizador
Na verdade, a primeira intervenção do picheleiro faz-se ainda na fase da construção da estrutura, ainda com a presença do pedreiro. E porquê?
Porque neste estádio da construção, é muitas vezes necessário preparar a passagem de tubagem em elementos estruturais, ao nível do r/chão ou do último piso em cave.
Habitualmente, é a tubagem da rede de saneamento que recebe todos os fluídos dos pisos superiores e os encaminha para a ligação à infraestrutura municipal.
O mesmo pode acontecer com rede de águas pluviais, que recolhe a água dos tubos de queda que escoam as caleiras do telhado, da cobertura e/ou de terraços e varandas.
Dependendo das características da obra e das condições de ligação à rede pública, elas podem estar enterradas, ou suspensas no tecto da primeira cave.
Note, que esta situação, resulta do planeamento da obra elaborado pela equipa da empresa construtora, antecipando necessidades e evitando trabalhos desnecessários.
Repare ainda que, neste caso, não se prevendo a necessidade da passagem de tubagem, esta será aberta mais tarde, à força de um martelo pneumático!
As redes…
Na segunda intervenção, o canalizador faz a marcação das diferentes redes conforme os projectos, para que o trolha abra os roços (rasgos) nas paredes (redes verticais) e nos pavimentos (redes horizontais).
As redes principais são:
- do abastecimento de água
- do saneamento
- das águas pluviais
- da ventilação natural ou mecânica
- do aquecimento, se for um sistema hidráulico com radiadores ou por pavimento radiante
Existem ainda outras redes que carecem de instaladores certificados, como:
- do gás
- de combate ao incêndio
De novo, na obra
Agora, para executar o grosso do trabalho do picheleiro: a instalação das tubagens.
Durante a instalação, é importante verificar as pendentes de todas as ramificações da rede de saneamento, para que o esgoto se faça naturalmente por gravidade.
Instaladas todas as tubagens, deve ser verificada a sua estanqueidade e pressão, antes de serem tapadas com argamassa de cimento.
E mais um regresso do canalizador
Com os revestimentos aplicados, o picheleiro está de regresso à obra, agora, para a instalação dos diferentes equipamentos e das suas ligações às respectivas redes.
Referimo-nos às peças sanitárias dos banhos, aos equipamentos da cozinha e lavandaria, às torneiras e demais acessórios, e aos aparelhos para aquecimento de água.
Haverá ainda outros equipamentos, consoante os projectos, como sistemas de bombagem de água ou de esgotos, cisternas de armazenagem de água ou sistema de rega.
É também da responsabilidade do canalizador, a instalação dos equipamentos de climatização, como os radiadores, se integrados num sistema hidráulico.
Um instalador, ou mais?
Com vários sistemas e materiais utilizados nas diversas redes, é importante ter em obra, o canalizador com mais competências para executar o previsto no projecto e no caderno de encargos, se este existir.
Por vezes, é necessário recorrer a mais do que um instalador quando, por exemplo, o que executa as redes mais gerais, não tem certificação para a rede de gás.
Por fim. . .
As competências e a experiência de um canalizador, são importantes para uma correcta interpretação dos projectos e para a qualidade de execução do trabalho.
A antecipação e proposta de soluções para problemas decorrentes de circunstâncias não previstas, são, como em outras artes, o que diferencia os profissionais.
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